Automação Industrial: Aliada ou Vilã?
Certamente, em algum momento da sua vida, você já ouviu dizer que a automação industrial irá substituir o trabalho humano, sendo esse o maior estigma que existe acerca desse tema atualmente.
Essa fala se tornou uma ideia exagerada, na qual se imagina que um dia as máquinas dominarão completamente o nosso ambiente de trabalho, ocasionando, assim, o desemprego em larga escala.
Sabemos que ideias exageradas não são saudáveis, ainda mais quando revelam apenas um lado da moeda. Em todos os casos, existem prós e contras, e, se analisarmos o cenário da automação industrial, notaremos que os benefícios da sua prática são superiores aos seus pontos negativos.
Ao longo das décadas, a automação industrial vem se tornando cada vez mais uma ferramenta essencial da manufatura moderna em todo o mundo, desempenhando um papel crucial na eficiência dos processos produtivos e na otimização do trabalho.
Vamos conferir abaixo três das suas principais vantagens:
Aumento da produtividade: A capacidade de realizar tarefas repetitivas com precisão e rapidez é um dos benefícios mais significativos dos processos automatizados, gerando um grande aumento de produção e melhor aproveitamento do tempo.
Qualidade consistente: Sistemas automatizados ajudam a garantir a qualidade consistente das peças e produtos, pois, ao serem programados, atendem continuamente aos padrões de qualidade, reduzindo a variabilidade associada ao trabalho humano.
Melhoria na condição de trabalho: Para esse tópico, vamos imaginar a seguinte situação: um funcionário atua na área de produção e realiza manualmente a mesma atividade durante todas as longas oito horas de seu expediente. Ao fim do dia, devido ao esforço reiterado e aos movimentos repetitivos, é natural que ele se sinta fatigado. E se considerarmos a média padrão de horas de jornada de trabalho no Brasil (em torno de 2.000 horas anuais), o cenário piora.
As consequências de se trabalhar diariamente com tarefas e ritmos monótonos são bastante severas para o trabalhador, tanto do ponto de vista físico quanto psicológico. Os malefícios podem incluir problemas musculoesqueléticos e circulatórios, fadiga física, estresse, ansiedade, estafa, transtornos emocionais e síndrome de Burnout.
Uma pesquisa realizada em 2022 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que cerca de 40% dos trabalhadores brasileiros sofrem de estresse físico e ansiedade devido ao trabalho repetitivo.
Dada a realidade das condições enfrentadas pelos brasileiros, é justo que, de forma mais branda, passemos a considerar a aplicação da automação industrial nas áreas de trabalho, a fim de promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas. Assim, as empresas podem implementar os processos automatizados não apenas para elevar o nível de produtividade, eficiência, controle e qualidade, mas, principalmente, para aumentar o nível de satisfação dos colaboradores da organização.
Existem qualidades que as máquinas (nem mesmo as melhores e mais modernas) são capazes de possuir, como a capacidade humana de agir, ser e pensar, criar e inovar, tomar decisões, ser empático e ter compreensão emocional.
Por isso, não devemos nos preocupar com a ocupação das máquinas automatizadas no nosso ambiente de trabalho, mas, sim, com a aplicação delas para retirar o ser humano de uma zona de desconforto e inseri-lo em um ambiente onde ele possa ser livre para explorar suas atribuições intrínsecas, decorrentes da genialidade de sua natureza.
Dessa forma, a organização progride ao elevar seus lucros e padrões de qualidade com o uso da tecnologia, ao mesmo tempo em que aproveita as contribuições únicas do trabalho humano.
- Autoria: Emilly Chaves
Referências:
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Trabalho e saúde: 2022. Rio de Janeiro: IBGE, 2023.
ALMEIDA, Marco Antonio S. B. de. Introdução à automação industrial. São Paulo: LTC, 2023.